quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Peter Handke: Prémio Nobel da Literatura de 2019

O dramaturgo austríaco Peter Handke é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2019. Nasceu em 1942, em Griffen, no sul da Áustria, e a sua mãe, Maria, pertencia à minoria eslovena. O seu pai era um soldado alemão que só conheceu em idade adulta. Cresceu com o novo marido da mãe, Bruno Handke. Em 1961, estudou Direito na Universidade de Gratz, mas, anos depois, quando publicou o seu primeiro romance, Die Hornissenm, em 1966, abandonou os estudos. É um livro experimental de "dupla ficção" onde a personagem principal recolhe fragmentos de um outro romance, que o leitor não conhece.


Ilustração oficial do Prémio Nobel da Literatura. Artista: Nilkas Elmehed.
Fonte da imagem.

Com este romance e com a peça de teatro Offending the Audience, publicado em 1969, Handke prova que ainda tem mais para mostrar no mundo literário. Nesta peça, os atores devem insultar o público por simplesmente ter ido assistir a peça.

É um autor que fez questão de se distanciar dos pedidos predominantes em posições políticas e orientadas para a comunidade. Encontra, então, inspiração no movimento do Nouveau Roman na literatura francesa.

Mais de 50 anos depois, após a publicação de muitos livros de vários géneros, estabeleceu-se como um dos escritores mais influentes na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Publicou romances, ensaios, peças de teatro, etc, que se baseiam muito na necessidade de descobrir e de realizar novas descobertas. A sua obra apresenta um forte espírito de aventura, mas também uma inclinação nostálgica.


Em Portugal, vários livros seus já foram publicados, tais como Os Belos Dias de Aranjuez- Um Diálogo de Verão, A Mulher Canhota e Uma Breve Carta para Um Longo Adeus.


Bertrand.pt - Os Belos Dias de Aranjuez
Este livro foi publicado em Portugal em 2014.
Fonte da imagem.


Momentos depois de o mundo saber que Peter Handke é o laureado de 2019, várias pessoas, nas redes sociais, criticaram a Academia Sueca por dar o prémio a um escritor que apoiou Slobodan Milošević, presidente sérvio que foi acusado de crimes de guerra contra a Humanidade. Handke não só esteve presente no funeral do presidente, como também ainda discursou. Foi por isso que lhe foi retirado o prémio literário Heinrich Heine.


O comité sueco atribuiu o Nobel a Peter Handke por ter "uma obra influente que, com engenho linguístico, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana".


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, os seguintes títulos:




  • HANDKE, Peter- Uma breve carta para um longo adeus. Lisboa: Difusão Editoral, 1972. 130p.
    EMP 82(436)-31 HAN/bre;

  • HANDKE, Peter- Poema à duração. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002. 85 p.
    EMP 82(436)-1 HAN/poe;

  • HANDKE, Peter- A angústia do guarda-redes antes do penalty. Lisboa: Relógio d’Água, D.L., 1987. 100 p.
    EMP 82(436)-31 HAN/ang. 





Fontes:

Biobibliographical Notes. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Thu. 10 Oct 2019. <https://www.nobelprize.org/prizes/literature/2019/bio-bibliography/>;

QUEIRÓS, Luís Miguel. Olga Tokarczuk e Peter Handke são os dois novos Nobel da Literatura. 2019. Acedido a 10 de outubro de 2019, em: https://www.publico.pt/2019/10/10/culturaipsilon/noticia/dois-nobeis-1889460.

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