sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Joanne Purcell: Registos Fonográficos da Tradição Oral Açoriana

Joanne Burlingame Purcell, professora universitária e investigadora norte-americana, nasceu em 1938 e faleceu em 1984, com 46 anos. Desempenhou um grande papel no estudo e na divulgação da tradição oral portuguesa, principalmente quanto aos Açores e à Madeira. Estudou na Universidade da Califórnia, onde tirou o curso de Filologia Românica e Ibérica e concluiu a tese de licenciatura (Traditional Ballads from California).

Graças a uma bolsa de estudo da Comissão Fullbright luso-americana, Purcell esteve nos Açores em 1969 e 1970 para recolher romances, contos, orações e provérbios do arquipélago. Esse estudo acabou por ser publicado na revista Atlântida, com o título "A Riqueza do Romanceiro e Outras Tradições Orais das Ilhas dos Açores". Este texto foi mencionado esta semana como um dos aconselhados para os interessados na tradição oral açoriana. Para (re)ler a publicação, clique aqui.

Hoje, o evento que será realizado na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada é a celebração dos 50 anos da estadia passageira de Purcell nos Açores. Pelas 18h, será apresentada a Base de Dados Online, onde poderão ver e ouvir o que Purcell recolheu durante 11 meses nos Açores. Pelas 18h30, Ângela de Almeida irá falar sobre a investigadora e o romanceiro.


Será, portanto, uma celebração da vida e da obra de uma grande investigadora, valorizando, também, o grande património oral dos Açores.

Para consultar o espólio de Joanne B. Purcell, clique aqui.



Cartaz do evento.


Fontes:

ALMEIDA, Ângela de. Vida e Obra. Disponível em: http://www.culturacores.azores.gov.pt/joanne-purcell/vida-e-obra.aspx. Acedido a 29 de novembro de 2019.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Estudos sobre Património Oral (coordenação de Gabriela Funk)

O livro Estudos sobre Património Oral, coordenado pela professora Gabriela Funk, é o resulto do 4.º Encontro de Cultura Popular, realizado nos dias 18 e 19 de maio de 2006, no Centro Municipal de Cultura de Ponta Delgada. Organizado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada e pela Universidade dos Açores, este evento tinha como objetivos desenvolver e divulgar "o trabalho interdisciplinar sobre Cultura Popular". Contou com a colaboração de outras universidades portuguesas (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Universidade de Lisboa) e de universidades estrangeiras (França, EUA, Canadá e Angola).

Os textos reunidos neste volume abordam temas relacionados com o Património Oral, como a Literatura Tradicional (como o Romanceiro e o Cancioneiro), a Antropologia Cultural, a Religião e Crenças Populares, entre outros. Pretendem dar continuidade aos estudos realizados por grandes nomes açorianos, como Teófilo Braga e José de Almeida Pavão.

O então Vice-Reitor da Universidade dos Açores, José Luís Brandão da Luz, no seu discurso, indicou que a cultura popular como objeto de estudo é "indispensável para conhecer melhor a nossa identidade e desenvolver uma estratégia consistente da sua afirmação". 



Fotografia e edição de Daniela Sampaio.



Rui Faria, na sua intervenção, acredita que a Literatura Popular, embora ainda não tenha alcançado "o seu devido estatuto no âmbito da instituição literária", contribuiu imenso para "traçar o perfil literário e cultural de um povo". Pensa que "a Literatura e a Cultura Popular têm sido entendidas como marginais quando comparadas com uma Literatura Consagrada e uma Cultura Letrada."

Carmen Ponte Goujon, da Universidade de Poitiers, falou sobre os cânticos e orações tradicionais das Romarias de São Miguel. Começou por afirmar que, antes da escrita, o conhecimento era transmitido através da oralidade. Aliás, antes da invenção da escrita, "a inteligência estava intimamente ligada à memória, daí os mais velhos serem reconhecidos como os mais sábios por deterem um conhecimento acumulado, advindo da experiência". A transmissão do conhecimento pela oralidade ainda está viva, por exemplo, em São Miguel, que tem foliões do Espírito Santo, contos, lendas, romances, etc. Goujon falou principalmente sobre as romarias, onde as orações e os cantos, ainda hoje, são transmitidos, oralmente, de mestre para aprendiz, de pai para filho e, por isso, ainda estão vivos. É possível, assim, "alimentar uma memória ancestral não escrita e que faz parte da cultura popular e religiosa da ilha de São Miguel."


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem este livro para empréstimo:

  • FUNK, Gabriela (coord.) et al. Estudos sobre património oral. Ponta Delgada: Câmara Municipal. 2007. 405 p.
    EMP AÇORES 39 FUN/estu

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Contos tradicionais açorianos, de Ângela Furtado-Brum

Contos tradicionais açorianos surgiu quando Ângela Furtado-Brum, enquanto reunia lendas, ouviu também as pessoas narrar contos. Ao mesmo tempo que recolhia lendas, também guardava os contos para, no momento certo, divulgá-los. E foi o que aconteceu em 2003.


Na Nota Introdutória, a autora explica o contexto dos contos e a sua importância em termos culturais e sociais. Os contos estavam presentes nos momentos de trabalho e até mesmo quando as pessoas simplesmente se reuniam. Estas pequenas narrativas (que não eram lidas, mas sim contadas) serviam como modelos de comportamentos e avisos dos perigos da vida. Para além de ensinarem, também eram uma boa forma de entretenimento.


Como realça a autora na introdução, os contos, ao contrário do que se pensa atualmente, não têm apenas como público-alvo as crianças. Eram narrados para crianças e adultos. Toda a gente ouvia estas histórias e sentia fascínio por elas. 



Fotografia de Daniela Sampaio.



Ângela Furtado-Brum relembra algumas vezes que, infelizmente, muitos contos caíram no esquecimento e que mudanças como o aparecimento da televisão e da Internet contribuíram para isso, na medida em que as pessoas começaram a encontrar outras formas de entretenimento. Apesar disso, conseguiu juntar algumas histórias. Embora não contribuam para o desenvolvimento económico do arquipélago, os contos são uma amostra da grande riqueza cultural do povo. Não devemos ter interesse apenas nos benefícios económicos. O património, a História e a cultura (neste caso, popular) são também fundamentais e contribuem para a valorização dos Açores. Aliás, os contos "tiveram um papel fulcral na formação intelectual, moral, estética dos ouvintes."


Em relação a outras obras sobre a tradição oral, a autora indica que estas pequenas narrativas podem ser semelhantes às do continente. Continuam a ser diferentes, uma vez que, ao chegarem cá, sofreram mudanças relacionadas com o tempo, a memória e a imaginação. Até há diferenças de ilha para ilha.

Acrescenta que alguns destes textos podem estar presentes em livros como Contos Tradicionais do Povo Português, de Teófilo Braga, e Na Memória das Gentes, de Dias de Melo.


Estas histórias foram recolhidas com a ajuda de pessoas conhecidas da autora, como familiares, amigos mais velhos e vizinhos. Também contou com a colaboração de alunos açorianos, que pediram ajuda aos pais, familiares e vizinhos mais velhos. A recolha começou em 1989 e terminou em 2003.



Esta história sobre a origem das andorinhas é um dos 91 contos presentes em Contos tradicionais açorianos:


Fotografia e edição de Daniela Sampaio.
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A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada não tem este livro para empréstimo. Contudo, poderá ser consultado na sala infantojuvenil da biblioteca:

  • BRUM, Ângela Furtado- Contos tradicionais açorianos. Ponta Delgada: João Azevedo. 2003. 194 p.
    JUV AÇORES 398.2 BRU/con

terça-feira, 26 de novembro de 2019

A riqueza do romanceiro e outras tradições orais nas Ilhas dos Açores, de Joanne B. Purcell

A publicação de hoje é dedicada a um artigo que Joanne B. Purcell publicou na revista Atlântida, em 1970.

Este artigo de quase 30 páginas é sobre uma investigação da norte-americana nas ilhas açorianas. Desde o dia 17 de maio de 1969 até ao dia 19 de abril de 1970, Purcell recolheu diversos elementos da tradição oral do arquipélago. Ao usar o método da gravação, a investigadora, em 145 fitas, recolheu mais de 2.900 textos.

Recolheu essencialmente romances e reparou que o romanceiro encontrava-se mais vivo nas ilhas das Flores, São Jorge, Graciosa, São Miguel e Santa Maria. Para além de romances, também reuniu histórias de «literatura de cordel» e de acontecimentos locais. No entanto, devido a limitações temporais e materiais, sacrificou outros aspetos da tradição oral para se focar no romanceiro.


Primeira página do artigo.
Fotografia e edição de Daniela Sampaio.


Constatou que os mais novos começavam a aprender a ser contistas aos doze ou treze anos, mas os mais velhos eram mais ativos e emotivos. Também notou que os homens eram os que mais narravam os contos. Faziam-no durante os momentos de descanso e de divertimento. As mulheres contavam/cantavam romances e faziam-no enquanto trabalhavam. 

No total, reuniu 460 a 500 textos de contos tradicionais. Relativamente à «literatura de cordel», aos acontecimentos locais e a outras narrativas em verso, tinha mais de 300 textos. Juntou, ainda, muitas orações, bem como ditados, adivinhas, lendas, etc. Sem contar com as gravações, colecionou provérbios, folhetos e cadernos escritos à mão.

Ao longo da pesquisa, notou a "pouca vitalidade do romanceiro na vida do povo". Encontrou a justificação na emigração, na tendência para imitar os estrangeiros, no desaparecimento do sentido de comunidade e nas novas distrações que foram aparecendo, como os filmes, o rádio e a música moderna.

Perante o desprezo que o povo sentia pela sua tradição oral, foram surgindo projetos de "re-popularização" do romanceiro, como discos, livros para os alunos do ensino primário, edições populares, etc.

Também verificou que, ao contrário dos contistas, aqueles que sabiam romances tinham vergonha. Muitos deles eram analfabetos e reencaminhavam Purcell para os mais cultos. Ela concluiu que, na realidade, os que tinham escolaridade praticamente sabiam apenas o que liam nos folhetos, enquanto os analfabetos sabiam romances por ser necessário recorrer à memória do ouvido para contar romances.


O artigo é mais longo e rico do que o que foi apresentado nestes parágrafos simples, que são apenas um petisco. 


Capa da revista que contém o artigo.
Fotografia e edição de Daniela Sampaio.



A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada não tem o número desta revista para empréstimo. No entanto, pode ser consultada na Sala de Leitura se pedirem ajuda aos funcionários:

  • PURCELL, Joanne B.- A riqueza do romanceiro e outras tradições orais nas Ilhas dos Açores. In: Revista Atlântida. Angra do Heroísmo: Instituto Açoriano de Cultura. 1970, vol.14, n.º 4-5. P. 223-252.
    REV AÇORES A/83 PDP257

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Cantos populares do archipélago açoriano, de Teófilo Braga

No dia 29 de novembro, pelas 18h, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada, será apresentada a Base de Dados Online: Registos Sonoros recolhidos por Joanne Purcell nos Açores entre 1969 e 1970. De seguida, Ângela de Almeida irá falar sobre Purcell e o Romanceiro. Posto isto, esta semana, até sexta-feira, poderão ler informações sobre livros que a Biblioteca possui relativamente à tradição oral açoriana, um tema que foi muito estudado por Joanne Purcell.

Hoje, esta publicação será sobre Cantos populares do archipélago açoriano, de Teófilo Braga.



Fotografia de Daniela Sampaio



Neste livro, o poeta micaelense encarregou-se de publicar e falar sobre o espólio recolhido pelo etnógrafo Dr.º João Teixeira Soares de Sousa, da ilha de São Jorge.

Na parte introdutória, Teófilo de Braga explica como dividiu o livro. A primeira parte é "atual, móvel, continuamente em elaboração, porque é um eco da vida, uma linguagem das paixões e dos sentimentos de hoje". Já a segunda parte "é tradicional, histórica, em desarmonia com os costumes presentes, mas repetida ainda religiosamente como lembrança de costumes e sucessos que já passaram". Resumindo, a primeira parte corresponde ao Cancioneiro e a segunda ao Romanceiro de Aravias. Quanto à segunda parte, o autor decidiu explicar o uso do termo aravias, que, no tempo de Teófilo Braga e do Dr.º João de Sousa, era usado em romances populares. É uma palavra que também mostrava "a origem árabe dos romances populares da Península".

Ainda na Introdução, o autor micaelense relembra que as "tradições cavalheirescas" foram para os Açores nos princípios do século XV graças aos colonos e que os romances eram considerados "propriedade do baixo povo". Acredita que os cantos das ilhas são os mais antigos da tradição popular portuguesa.



Frontispício de Cantos populares do archipélago açoriano. Fotografia de Daniela Sampaio.



Nas anotações existentes nas últimas páginas do livro, o político realça elementos comuns nas cantigas açorianas. Por exemplo,  dá para ver as rivalidades existentes entre as ilhas. No caso dos habitantes de Santa Maria, estes são mencionados como "cagarros". Também percebeu que a atividade vulcânica influenciou os cantos populares.


Para mostrar um pouco da riqueza de Cantos populares do archipélago açoriano, podem ler um romance cuja versão foi criada na ilha de São Jorge:



Fotografias e edição de Daniela Sampaio.



Neste contexto, a palavra "romance" não tem a ver com o género narrativo ficcional em prosa. Neste caso, é um género poético narrativo breve que, ao ser destinado ao canto, faz parte da tradição oral. 




Este livro não está para empréstimo. No entanto, poderá ser consultado na Sala de Leitura, sendo necessário, primeiro, pedir o livro no balcão de atendimento:

  • BRAGA, Teófilo- Cantos populares do archipélago açoriano. Porto: Typografia da Livraria Nacional. 1869. 478 p.
    AÇORES 3/588.






P.S- Para facilitar a leitura desta publicação, as frases retiradas do livro de Teófilo Braga encontram-se "atualizadas", não seguindo a grafia vigente no tempo do autor.


Fontes:

NUNES, J. M. de Sousa (2009, 27 de dezembro). Romance. Disponível em: https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/romance. Acedido a 25 de novembro de 2019.

Romanceiro tradicional. Disponível em: https://terramater.pt/romanceiro-tradicional/. Acedido a 25 de novembro de 2019.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Margarida Fonseca Santos na BPARPD

Margarida Fonseca Santos nasceu a 29 de novembro de 1960, em Lisboa. Tirou o Curso Superior de Piano no Conservatório porque queria ser professora de Formação Musical. Deu aulas em várias escolas e começou a escrever em 1993. À medida que a sua paixão pela escrita foi aumentando, a sua vida também foi sofrendo algumas alterações. Acabou por deixar de ensinar música para se dedicar à escrita a tempo inteiro.

Tem imensos livros publicados, principalmente para crianças e jovens. Muitos dos seus livros fazem parte do Plano Nacional de Leitura. Por vezes, escreve para teatro. Tem coleções com outras autoras, como a coleção juvenil 7 Irmãos, com Maria João Lopo de Carvalho, e As Aventuras de Colombo, com Maria Teresa Maia Gonzalez. 

Atualmente, tem projetos relacionados com a escrita criativa e a saúde mental. Tem, agora, uma coleção juvenil intitulada A Escolha é Minha, cujos livros abordam vários temas, como o bullying e o luto.


A imagem pode conter: 1 pessoa, texto
Cartaz da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.


No dia 21 de novembro, a autora esteve na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada. As sessões foram organizadas segundo o seu público-alvo, isto é, o público infantojuvenil. A primeira sessão, que começou pelas 10h, contou com a presença de alunos do primeiro e segundo ciclos. A sessão das 14h30 ficou marcada pela participação de alunos do segundo e terceiro ciclos.

Nas duas sessões, a autora falou sobre como, no início, queria ser engenheira, mas, depois, percebeu que queria dar aulas de formação musical. Mais tarde, decidiu que a escrita deveria ser o seu grande foco quando começou a inventar histórias para os seus filhos e alguém lhe disse que ela deveria escrever. Começou, então, a escrever em 1993, quando tinha 33 anos. Em 1995, conseguiu publicar o seu primeiro livro, O pirilampo sem luz, que já não existe. Desde então, nunca mais parou e, em 2020, irá celebrar 25 anos de carreira.

As crianças fizeram perguntas sobre alguns livros da autora. Os que se destacaram mais foram Bicicleta à chuva e Reconstruir os dias, ambos da coleção A Escolha é Minha, publicada pela Booksmile, chancela da 2020 Editora. Quanto ao primeiro livro, a editora, com a autora, decidiu que ele deveria ter como tema central o bullying. Assim sendo, Margarida Fonseca Santos criou uma história sobre um menino que era maltratado por outros rapazes a partir de uma história real sobre um casal que conhece e o filho. Um dia, o casal, ao chegar ao hospital para verem o filho, que tinha sido levado para lá urgentemente, foi recebido pela polícia, que fez perguntas aos pais por pensarem que o rapaz poderia estar a ser maltratado pelos próprios progenitores. Depois de terem sido ilibados, os pais foram ver o filho, que esteve entre a vida e a morte durante duas horas. Quando viram o jovem, repararam nas muitas nódoas negras espalhadas pelo corpo dele. Mais tarde, descobriram que o menino era maltratado ultimamente pelo mesmo grupo de rapazes. Com este livro, a autora pretende mostrar que é muito importante prestar atenção aos colegas que podem ser vítimas de bullying e que a violência não deve ser tolerada.

O segundo livro, Reconstruir os dias, é sobre a morte e o processo do luto. Não só vemos um adolescente a tentar lidar com a morte da mãe, como também vemos os avós a passarem pelo mesmo. É uma homenagem aos avós que perdem os seus filhos, mas que têm força e coragem para cuidar dos seus netos que ficaram órfãos. Ao falar sobre este livro, a autora frisou que ou escreve tendo como base as suas próprias experiências de vida, ou faz perguntas e entrevistas a pessoas que passaram por essas experiências.


Margarida Fonseca Santos a ler uma passagem de um dos seus livros.
Fotografia de Daniela Sampaio.


Apesar dos temas "pesados" presentes nos livros, Margarida Fonseca Santos diverte-se, e, também, comove-se, ao escrever as suas histórias. Na realidade, é assim que ela vê se o livro é bom ou não.

Também fizeram perguntas quanto ao processo de escrita. Devido à doença que tem, não pode escrever durante muito tempo à mão. Nesse aspeto, o computador é muito útil. Escreve principalmente nas interrupções letivas, pois é quando não tem visitas escolares para realizar. Quando tem uma ideia, pensa muito nela primeiro e, depois, escreve a história toda de uma vez só. Antes de a editar, deixa-a "respirar" durante algum tempo.

A convidada acrescentou que, agora, publica o que quer e não o que as editoras pedem. Adora literatura infantojuvenil e acha que é mais difícil escrever para as crianças, até porque, ao escrever para elas, deve abrir portas. Defende imenso a ideia de que as histórias não devem ser moralistas, na medida em que as crianças é que devem fazer as suas próprias interpretações e tirar as suas conclusões. Não se pretende pôr ideias nas cabeças delas, mas sim fazê-las pensar de forma autónoma.

Houve, ainda, espaço para perguntas um pouco mais pessoais. Por exemplo, quiseram saber o seu tipo de música favorito (música barroca) e o que gosta de ler (adora contos e não gosta nada de ler policiais).

Uma professora também decidiu fazer perguntas e pediu à autora para falar sobre a importância da leitura. Margarida Fonseca Santos disse que as crianças deveriam ler o que querem realmente ler. A leitura não deve ser vista como uma obrigação, mas sim como uma escolha. Deu o exemplo do projeto Read On, implementado em muitas escolas portuguesas. Num intervalo da manhã e num intervalo da tarde, os alunos leem durante 10 minutos.


Antes de terminar a sessão da tarde, deixou conselhos para aqueles que gostariam de ser escritores. Disse que é preciso ler e reescrever muito, estar preparado para pôr muita coisa no lixo e que é importante experimentar várias coisas.


Alguns dos livros da autora expostos no Auditório da Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.
Fotografia de Daniela Sampaio.


Foi, portanto, um dia dedicado à leitura e à literatura infantojuvenil. As sessões mostraram que ainda há muito para fazer quanto à criação de hábitos de leitura entre os mais novos. Ainda assim, foi muito bom ver alunos tão jovens ansiosos por saber mais sobre os livros que leram. A autora ainda deixou umas pistas sobre o próximo livro, que terá muitas metáforas sobre a autoestima, a esperança, o medo, etc.


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, imensos livros de Margarida Fonseca Santos. Por isso, esta lista apenas conta com os títulos que foram discutidos nos eventos:


  • SANTOS, Margarida Fonseca- Maria: os segredos da irmã mais velha. Alfragide: Oficina do Livro. 2009. 171 p.
    JUV 82-31 SET v.1;
  • __________________- Bicicleta à chuva. Amadora: Booksmile. 2015. 128 p.
    JUV 82-31 ESC/bic;
  • __________________- Ser quem sou. Amadora: Booksmile. 2017. 112 p.
    JUV 82-31 ESC/ser.
  • __________________- Reconstruir os dias. Amadora: Booksmile. 2017. 125 p.
    JUV 82-31 ESC/rec;
  • __________________- Rua do silêncio. Lisboa: Zero a Oito. 2018. 29 p.
    JUV 82-34 RUA v.3;
  • __________________- Sem rede. Amadora: Fábula. 2018. 119 p.
    JUV 82-31 ESC/sem;



Fontes:

Biografia. Disponível em: http://margaridafonsecasantos.blogspot.com/p/biografia.html. Acedido a 12 de novembro de 2019;

Biografia. Disponível em: http://www.margaridafs.net/index.php/home/biografia. Acedido a 12 de novembro de 2019.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Arquipélago de Escritores 2019: "A literatura é uma ilha?"

Desde o dia 14 até ao dia 17 de novembro, São Miguel recebeu, pela segunda vez, o Arquipélago de Escritores. Durante esses quatro dias, os leitores tiveram a oportunidade de assistir a debates e a entrevistas feitas a autores. No dia 15 de fevereiro, no Liceu Antero de Quental, assisti às participações de Ângela de Almeida, Madalena San-Bento, Eduíno de Jesus e Norberto Ávila.

Partindo da pergunta principal (A literatura é uma ilha?), os convidados partilharam as suas opiniões relativamente à literatura e a sua relação com conceitos como "ilha", "arquipélago" e "continente".



Fotografia tirada na Sala do Liceu Antero de Quental.



Ângela de Almeida, que já publicou vários livros sobre Natália Correia, realçou a importância da leitura como algo que nos ensina a escrever, a opor e a questionar sobre o estado do mundo. Vê a ideia de "ilha" de forma ambivalente, na medida em que a literatura pode ser uma arte solitária, mas também comunica com outras formas de arte.

Madalena San-Bento, que já escreveu contos, romances e ensaios, acha que, de certa forma, a literatura é uma ilha, pois leva a um certo isolacionismo quando o escritor pretende ganhar uma nova perspetiva sobre os outros e o mundo. Desenvolve a ideia da "ilha" ao falar sobre como, no caso dos Açores, verifica-se uma literatura focada na sua fauna, flora e biologia. Ainda assim, a escrita é universal.

Eduíno de Jesus, um poeta, ensaísta e crítico literário, acredita que a literatura pode ser vista como um território isolado, mas, no fundo, está ligado a algo mais, a um "continente".

Norberto Ávila, poeta, dramaturgo e romancista, não vê a literatura como uma ilha isolada, pois nela cabem outras formas de arte, como o cinema, a ópera, etc.


De seguida, foi discutida mais uma questão pertinente: num mundo feito de escritas breves e de uma explosão de imagens vazias, que espaço fica para a literatura?

Ângela de Almeida começou por dizer que o excesso de coisas como o telemóvel levam à ausência da leitura e, por sua vez, à ausência da escrita e da capacidade de questionar. Aliás, para combater o revivalismo dos extremos, deveríamos ler, escrever e participar, até porque, como a própria disse, "não há melhor arma do que a educação".

Madalena San-Bento vê a imagem como algo com um poder fortíssimo. Ela é invasiva, mas, ainda assim, é limitativa, não deixando espaço para a imaginação. A narrativa, pelo contrário, permite o uso da imaginação. Na realidade, o ser humano tem "sede de narrativas".

Eduíno de Jesus defende que a palavra é muito rica e Norberto Ávila acha que há um perigo iminente.



Os convidados: Ângela Almeida, Madalena San-Bento, Eduíno de Jesus e Norberto Ávila.


Na fase das intervenções, foi dito que a literatura, para sobreviver, deveria adaptar-se aos paradigmas que vão surgindo. Falou-se, ainda, sobre a necessidade de arranjar uma forma de comunicar com os jovens. Nesse aspeto, Madalena San-Bento já tinha reparado que as gerações mais novas, ao publicarem imagens, gostam de colocar frases, por exemplo. Por isso, ela acredita que o melhor seria haver uma união entre a palavra e a imagem.


Concluindo, em relação à primeira pergunta, a literatura pode ser vista como uma ilha. Todavia, passa a ser um arquipélago ou um continente ao entrar em contacto com os outros e com outras formas de arte. Quanto à segunda pergunta, a imagem pode ter as suas vantagens, mas a palavra não deixa de ser poderosa.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Prémio Oceanos: Os finalistas de 2019

O Prémio Oceanos foi criado no Brasil, em 2003, e era atribuído apenas a obras de escritores brasileiros. Na altura, como contava com a parceria da Portugal Telecom, era conhecido como Prémio Portugal Telecom de Literatura Brasileira.

Numa fase inicial, o prémio focava-se somente na literatura brasileira. Entretanto, passaram a aceitar obras escritas em português publicadas no Brasil. 

Em 2015, arranjaram um novo patrocinador, o Banco Itaú. Aí, a curadora Selma Caetano e o conselho formado por estudiosos literários aperfeiçoaram o regulamento relativamente ao seu aspeto internacional. Assim, passou a chamar-se Oceanos.

A partir de 2017, expandiram novamente as características do prémio, ou seja, passaram a acolher livros em português publicados em qualquer parte do mundo. Uma outra mudança foi a garantia de incluir nos júris pessoas do Brasil, de Portugal e do continente africano.


Um dos logótipos do Prémio Oceanos.
Fonte da imagem.

Este ano, o Oceanos conta com o apoio da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e a parceria do Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, havendo a participação de uma nova curadora, a cabo-verdiana Adelaide Monteiro. A ela, juntam-se pessoas como Manuel da Costa Pinto (crítico literário e jornalista brasileiro), Selma Caetano (gestora cultural brasileira) e Isabel Lucas (jornalista portuguesa).

O prémio é dividido em fases, isto é, tem a fase dos semifinalistas, a dos finalistas e, finalmente, a dos vencedores. Ao contrário de muitos outros prémios literários, o Oceanos é atribuído a, pelo menos, três escritores. Em algumas edições anteriores, chegou a nomear quatro vencedores.

Na edição de 2019, inicialmente, participaram 1.467 concorrentes (446 romances, 690 livros de poesia, 225 livros de contos, 82 livros de crónicas e 24 peças de teatro) de 314 editoras de 10 países. Depois, selecionaram 54 semifinalistas de 36 editoras. Escolheram 26 romances, 17 livros de poesia, sete livros de contos, três livros de crónicas e um de teatro. Ao todo, a lista de semifinalistas era composta por 34 brasileiros, 18 portugueses e dois angolanos.


No dia 4 de novembro, deram a conhecer os 10 finalistas (5 brasileiros, 4 portugueses e um angolano):


  • A tirania do amor, de Cristovão Tezza ~ romance / Brasil, Todavia;
  • Alguns humanos, de Gustavo Pacheco ~ contos / Brasil, Tinta-da-China;
  • Eliete, de Dulce Maria Cardoso ~ romance / Portugal, Tinta-da-China;
  • Ensina-me a voar sobre os telhados, de João Tordo ~ romance / Portugal, Companhia das Letras Portugal;
  • Luanda, Lisboa, Paraíso, de Djaimilia Pereira de Almeida ~ romance / Portugal, Companhia das Letras Portugal;
  • Meio homem metade baleia, de José Gardeazabal ~ romance / Portugal, Companhia das Letras Portugal;
  • O imortal, de Mauricio Lyrio ~ romance / Brasil, Companhia das Letras;
  • O preto que falava iídiche, de Nei Lopes ~ romance / Brasil, Record;
  • Sorte, de Nara Vidal ~ romance / Brasil, Moinhos;
  • Sua Excelência, de corpo presente, de Pepetela ~ romance / Angola, Dom Quixote/Texto Editores.



Câmera Lenta (livro de poesia), da brasileira Marília Garcia, ficou em primeiro lugar na edição de 2018.
Fonte da imagem.




Os nomes dos três vencedores serão divulgados no dia 5 de dezembro, em São Paulo. Até lá, o júri irá reavaliar as 10 obras, que foram escolhidas tendo em conta como a qualidade literária de cada uma está associada a questões contemporâneas como a desterritorialização, a inquietação existencial e a sexualidade.

O prémio monetário, na sua totalidade, é de 56.000 euros. Esta verba será dividida pelos três escritores. Deste modo, o primeiro lugar conta com 27.000 €, o segundo receberá 18.000 € e o terceiro obterá 11.000 €.



A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, os quatro livros portugueses finalistas e o livro de Pepetela:


  • CARDOSO, Dulce Maria- Eliete: a vida normal. Lisboa: Tinta-da-China. 2018. 285 p.
    EMP 82(469)-31 CAR/eli;
  • TORDO, João- Ensina-me a voar sobre os telhados. Lisboa: Companhia das Letras. 2018. 487 p.
    EMP 82(469)-31 TOR/ens;
  • ALMEIDA, Djaimilia Pereira de- Luanda, Lisboa, Paraíso. Lisboa: Companhia das Letras. 2018. 229 p.
    EMP 82(673)-31 ALM/lua;
  • GARDEAZABAL, José- Meio homem metade baleia. Lisboa: Companhia das Letras. 2018. 356 p.EMP 82(469)-31 GAR/mei;
     
  • PEPETELA- Sua excelência, de corpo presente. Alfragide: Dom Quixote. 2018. 271 p.
    EMP 82(673)-31 PEP/sua.



Fontes:

Oceanos- História. Disponível em: https://associacaooceanos.pt/sobre/. Acedido a 8 de novembro de 2019;

Conheça os 10 finalistas do Oceanos 2019. Disponível em: https://associacaooceanos.pt/conheca-os-10-finalistas-do-oceanos-2019/. Acedido a 8 de novembro de 2019;

Pepetela e quatro escritores portugueses entre os finalistas do Prémio Oceanos (2019, 6 de novembro). Disponível em: https://www.publico.pt/2019/11/06/culturaipsilon/noticia/pepetela-quatro-escritores-portugueses-finalistas-premio-oceanos-1892728. Acedido a 8 de novembro de 2019.



quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen

Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no dia 6 de novembro de 1919, no Porto, onde viveu durante a sua infância. Os seus tempos de menina foram marcados pela aprendizagem dos versos de grandes poemas. Aos três anos, graças à criada Laura, aprendeu a recitar, de cor, no Natal, a "Nau Catrineta".

Uma das pessoas que mais tinha orgulho na poeta era o avô Thomaz de Mello Breyner, que elogiava a neta nos seus diários. Foi com ele que a autora entrou em contacto com os poemas de Camões e de Antero Quental entre os três e os sete anos. Sophia começou a aventurar-se na poesia aos 12 anos, mas começou a escrever mais poemas aos 14.



Sophia com o avô Thomaz de Mello Breyner.
Sophia de Mello Breyner e o avô Thomaz de Mello Breyner (1926).
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Em 1939, foi para a capital estudar Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Não chegou a terminar o curso. No ano seguinte, publicou os seus poemas nos Cadernos de Poesia. O seu primeiro livro, Poesia, foi publicado em 1944. Foi uma edição de autor que contou com 300 exemplares pagos pelo pai. Sophia deu 100 exemplares e conseguiu vender os restantes 200, o que foi uma surpresa para a própria autora.

Em 1946, casou-se com Francisco de Sousa Tavares, com quem teve cinco filhos: Maria, Isabel, Miguel, Sofia e Xavier. Depois, passou a viver em Lisboa. Em 1947, publicou o seu segundo livro de poemas, Dia do Mar. Na década de 50, publicou Coral e No Tempo Dividido.

Numa altura em que os filhos ficaram doentes, Sophia decidiu contar histórias infantis. Como não gostava muito das histórias existentes, acabou por lhes contar histórias sobre a sua infância e, a partir daí, nasceu o seu primeiro conto, A menina do mar, que foi publicado em 1958. Nesse ano, também publicou A Fada Oriana. Um ano depois, publicou A Noite de Natal.



Capa da obra
Capa da primeira edição. Ilustrações de Sarah Affonso.
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Na década de 60, explorou a sua paixão pelo mar. Conheceu o Algarve em 1961 e visitou a Grécia em 1963. A sua criação literária foi fortemente influenciada pelo seu interesse pelo mar e pela mitologia clássica.


Nos fins da década de 50 e na década de 60, Sophia começou a sua intervenção política contra a ditadura salazarista. Em 1957, participou na campanha de Humberto Delgado. Em 1966, assinou a carta dos 101 católicos, que denunciava as guerras em África. Foi candidata pela Oposição Democrática nas eleições legislativas de 1969 e foi sócia fundadora da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos. Portanto, a sua poesia é vincadamente cívica, como dá para ver em poemas como "25 de Abril" (O Nome das Coisas). Em 1975, é eleita deputada à Assembleia da República, fazendo parte do PS. Após a euforia do Dia da Liberdade, Sophia decidiu que a escrita seria a sua intervenção política, na medida em que sentia um desencanto pela política. Passou a defender muito a ideia de que a cultura deveria estar na vida quotidiana e, por isso, deveria pertencer a toda a gente.

Em 1999, foi a primeira mulher a ganhar o Prémio Camões, o maior galardão literário da língua portuguesa.


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Esta fotografia foi tirada na cerimónia da entrega do Prémio Camões.
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Para além de poeta e de contista, Sophia também foi tradutora (por exemplo, traduziu Hamlet, de William Shakespeare) e escreveu artigos, peças de teatro e ensaios.

Faleceu a 2 de julho de 2004, em Lisboa, aos 84 anos. Dez anos depois, o seu corpo foi transladado para o Panteão Nacional.

Até hoje, a sua obra é lida e estudada e é vista como um exemplo a seguir por vários escritores. Sophia foi, é e sempre será a "menina do mar" que faz sonhar, mas que também abre os nossos olhos para a realidade.



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Este ano é marcado pelas celebrações do centenário do nascimento da escritora portuense.
Fonte da imagem.



Fontes:

Sophia de Mello Breyner Andresen no seu tempo- Momentos e Documentos (2011). Disponível em: http://purl.pt/19841/1/index.html. Acedido a 5 de novembro de 2019;

Sophia de Mello Breyner Andresen: Biografia. Disponível em: https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=296. Acedido a 5 de novembro de 2019;

Sophia de Mello Breyner Andresen: 10 factos e 10 livros (2018, 6 de novembro). Disponível em: https://bertrandptsomoslivros.blog/2018/11/06/sophia-de-mello-breyner-10-factos-e-10-livros/. Acedido a 5 de novembro de 2019.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Arquipélago de Escritores: 14 a 17 de novembro de 2019

O evento literário Arquipélago de Escritores foi criado em 2018. É uma iniciativa da Câmara Municipal de Ponta Delgada, que conta com o apoio do Governo dos Açores e da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento. O escritor Nuno Costa Santos é o curador e a StorySpell (agência literária) é a responsável pela produção.



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Banner da segunda edição.
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O objetivo deste evento é promover o convívio cultural e a importância da leitura, misturando culturas e literaturas através de conversas, momentos musicais, leituras encenadas, encontros com leitores, apresentações de livros, atividades para as crianças, sessões de cinema e cursos. Para isso, vários autores regionais, nacionais e internacionais são convidados. Por exemplo, em 2018, estiveram presentes Onésimo Teotónio Almeida (que fez parte do painel sobre "A Obsessão da Portugalidade ou a Tirania do Pastel de Nata?", Gonçalo M. Tavares (que realizou um curso intitulado "Cultura e Pensamento Contemporâneo"), Diana Marcum (que escreveu A Décima Ilha, um livro sobre uma americana que se apaixona pelas ilhas açorianas), entre outros nomes ligados à literatura.


Em janeiro deste ano, foi confirmada a segunda edição desta iniciativa literária. Decorrerá desde o dia 14 de novembro (quinta-feira) até ao dia 17 de novembro (domingo). Tal como na primeira edição, também irão convidar autores açorianos, continentais e internacionais. Já foram confirmadas as presenças de Teju Cole, Dulce Maria Cardoso, Richard Zimler, Domingos Amaral, João de Melo, Joel Neto e Vamberto Freitas.



Autores convidados. J. H. Santos Barros será o autor homenageado.
Fotografias retiradas do Facebook do evento.



Este ano, o escritor homenageado será J. H. Santos Barros. Nasceu em Angra do Heroísmo (Terceira) em 1946 e marcou a intervenção cultural renovadora no panorama insular dos últimos anos. Foi poeta, ensaísta e jornalista. Faleceu em 1983, em Espanha, num acidente de aviação.

Este ano, será editada a obra completa deste autor pela Imprensa Nacional. Num único volume, que terá como título Alexandrina, como era, será reunida toda a sua poesia, incluindo poemas inéditos. Conta com a organização de Jorge Reis-Sá e com o prefácio de António Lobo Antunes.



Até ao dia 14 de novembro, poderão ver os anúncios dos eventos através do Facebook do Arquipélago dos Escritores.



Fontes:

Correia, Gonçalo (2018, 15 de novembro). Começa esta quinta-feira o festival literário Arquipélago de Escritores. Disponível em: https://observador.pt/2018/11/15/comeca-esta-quinta-feira-o-festival-literario-arquipelago-de-escritores/?fbclid=IwAR0Vg6jKmdp5_Fu87jfow6OhvzG52qTeOYWagt17dkM35NbqliVR3D0QjY0. Acedido a 25 de outubro de 2019;

Encontro Arquipélago de Escritores vai ter segunda edição em 2019 (2019, 11 de janeiro). Disponível em: https://24.sapo.pt/vida/artigos/encontro-arquipelago-de-escritores-vai-ter-segunda-edicao-em-2019. Acedido a 25 de outubro de 2019;

Sobre Nós. Disponível em: http://arquipelagoescritores.pt/sobrenos/. Acedido a 25 de outubro de 2019.

Obra completa de J. H. Santos Barros, "Alexandrina, como era", inclui inéditos (2019, 3 de março). Disponível em: https://www.dn.pt/lusa/obra-completa-de-jh-santos-barros-alexandrina-como-era-inclui-ineditos-10640046.html. Acedido a 28 de outubro de 2019.