segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Dia das Bruxas: Leituras para os graúdos

Os adultos também podem passar a semana do Halloween a ler livros sombrios e macabros. Se não têm ideias, poderão pensar nas três opções referidas na publicação de hoje.



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Em primeiro lugar, temos um clássico. Edgar Allan Poe é mais conhecido pelo seu poema "O Corvo". No entanto, também escreveu muitos contos, estando eles presentes neste livro, Todos os Contos. São histórias de terror, mistério e crime. É uma leitura recomendada para quem gosta de investir na literatura universal.

Se gosta de humor negro com uma pitada de terror,  poderá ler Pequenos Vigaristas, de Gillian Flynn. É sobre uma jovem que lê as palmas das pessoas para sobreviver. Quando conhece Susan Burke, a narradora pensa logo que está perante uma mulher com muito dinheiro, mas infeliz, que deseja ter uma vida mais entusiasmante. Contudo, ao visitar a casa vitoriana de Susan, a jovem percebe que há mais para analisar do que palmas das mãos.

Por fim, existe uma antologia portuguesa de contos sobre seres que bebem sangue, Contos de Vampiros. Vários autores muito respeitados fazem parte deste livro, como Hélia Correia e João Tordo. Com este conjunto de contos, pretendia-se dar a conhecer um tipo de narrativa que não é muito explorado em Portugal, se bem que já foi muito adorado pelos mais jovens, tendo em conta o fenómeno do Crepúsculo, de Stephenie Meyer. 


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem estes títulos disponíveis para empréstimo:


POE, Edgar Allan- Todos os Contos. Porto: Porto Editora. 2009. 516 p.
EMP 82(73)-34 POE/tod;

FLYNN, Gillian- Pequenos Vigaristas. Lisboa: Bertrand. 2016. 76 p.
EMP 82(73)-34 FLY/peq;

LINO, Pedro Sena (org.)- Contos de vampiros. Porto: Porto Editora. 2009. 144p.
EMP 82(469)-34 A/Z CoNT.




Fotografia de Daniela Sampaio.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Dia das Bruxas: Leituras para os mais novos

O Dia das Bruxas não tem só a ver com doces e travessuras. Os mais novos também podem celebrar esta data assombrada com livros engraçados e adequados ao dia.

Uma criança de 3-5 anos pode ler, por exemplo, Manuel, o morcego no papel de vampiro. É sobre um morcego adorável que, um dia, decide tentar agir como um vampiro. Tem ilustrações bonitas e ensina um pouco sobre os morcegos. 


O morcego Manuel.
Fotografia da autoria de Daniela Sampaio.


Ainda para esta faixa etária, há um livro muito colorido sobre uma bruxa, O tapete voador da Mimi. Um dia, a bruxa Mimi recebeu como oferta um tapete mágico. Como ela não sabia usá-lo, decidiu não mexer mais nele. No entanto, o seu gato escolhe dormir no tapete, que começa a voar desenfreadamente. Como irá a bruxa Mimi resolver este problema?



Mimi tenta salvar o seu gato.
Fotografia da autoria de Daniela Sampaio.


Quem tem medo de fantasmas?, de Geronimo Stilton, é perfeito para os leitores de 10 anos que gostam de ler sobre casas assombradas. Na casa, Geronimo vê vampiros, fantasmas, múmias... Ideal para os leitores mais novos que adoram estas criaturas aterradoras.


Para quem já tem 12-14 anos, A Máscara Maldita (coleção Arrepios), de R. L. Stine, e Uma Aventura na casa assombrada, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada irão proporcionar aventuras assustadoras!  O primeiro livro é sobre uma máscara que acaba por ficar "colada" à cara de uma criança. O segundo livro conta mais uma aventura do grupo de cinco jovens. Desta vez, irão enfrentar índios pouco simpáticos, um assassino alemão e outros tipos de magia.


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem todos estes livros para empréstimo:


LASCHUTZA, Susanne- Manuel, o morcego no papel de vampiro. Lisboa: Livros Horizonte. 2005. 26 p.
JUV 82-34 LAS/man;

THOMAS, Valerie- O tapete voador da Mimi. Lisboa: Gradiva Publicações. 2015. 24 p.
JUV 82-34 BMI/tap;

STILTON, Geronimo- Quem tem medo de fantasmas?. Barcarena: Editorial Presença. 2009. 115p.
JUV 82-311.3 STI v.13;

STINE, R. L.- A máscara maldita. Linda-a-Velha: Abril/ControlJornal. 1997. 121 p.
JUV 82-311.3 ARRE v.9;

MAGALHÃES, Ana Maria e ALÇADA, Isabel- Uma aventura na casa assombrada. Lisboa: Editorial Caminho. 1997. 218 p.
JUV 82-311.3 AVE/mag v.38 ex.1.



Fotografia da autoria de Daniela Sampaio.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

5 de maio: Dia Mundial da Língua Portuguesa

Na quinta-feira passada, foi declarado que o dia 5 de maio passaria a ser o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Em 2020, na sede da UNESCO, irão realizar atividades culturais focadas na música e na literatura, por exemplo. A comemoração neste espaço irá durar 15 dias.

A proposta do Dia da Língua Portuguesa foi feita por todos os países lusófonos, que contaram, também, com a ajuda da Argentina, do Chile, de Geórgia, entre outros países. Argumentaram que a língua portuguesa é a mais falada no hemisfério sul e foi uma língua que marcou a primeira vaga da globalização, deixando vestígios noutras línguas.



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Luís Vaz de Camões é um dos símbolos da língua portuguesa.
Fonte da imagem.


Segundo António Sampaio da Nóvoa, "é a primeira vez que a UNESCO toma uma decisão destas em relação a uma língua que não é uma das línguas oficiais da UNESCO". Além disso, vê esta aprovação como "um passo" para que a ONU, futuramente, considere a língua portuguesa como uma das línguas de trabalho da sua organização, que só conta com o inglês, o francês, o chinês, o espanhol, o árabe e o russo.

Tendo em conta a internacionalização da data, o presidente de Camões- Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal, Luís Faro Ramos, acredita que "este reconhecimento vai ajudar-nos a dar mais força às celebrações e o próximo ano será de comemoração renovada e ainda mais forte porque vai despertar consciências". O Instituto, que tem como principal objetivo promover a língua portuguesa a nível internacional, já apoiava a celebração do Dia da Língua Portuguesa.





Fontes:

Língua portuguesa vai ter um Dia Mundial. Disponível em: https://www.publico.pt/2019/10/18/culturaipsilon/noticia/dia-mundial-lingua-portuguesa-unesco-1890483. Acedido a 23 de outubro de 2019;

Decore esta data. UNESCO decreta o Dia Mundial da Língua Portuguesa. Disponível em: https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/decore-esta-data-unesco-decreta-o-dia-mundial-da-lingua-portuguesa-502943. Acedido a 23 de outubro de 2019.

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Julieta Monginho: vencedora do Prémio Literário Fernando Namora de 2019

O Prémio Literário Fernando Namora, atribuído desde 1988, destina-se a uma novela ou a um romance de um autor português que tenha sido editado no ano anterior à entrega do prémio. O escritor não deve ser premiado se venceu nas três edições anteriores.

O valor pecuniário é de 15.000 euros e o prémio é da responsabilidade da Estoril-Sol. Este ano, o júri era composto por Guilherme d'Oliveira Martins (presidente e representante do Centro Nacional de Cultura), José Manuel Mendes (Associação Portuguesa de Escritores), Maria Carlos Gil Loureiro (Direção Geral do Livro e das Bibliotecas), Manuel Frias Martins (Associação Portuguesa dos Críticos Litérários), Maria Alzira Seixo, Liberto Cruz, Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu (estas duas últimas pessoas representaram a Estoril-Sol).

Para a 22.ª edição do prémio, o júri, de forma unânime, decidiu entregar o galardão à escritora Julieta Monginho, pelo romance Um Muro no Meio do Caminho, editado em 2018. O livro segue as experiências de vários indíviduos como refugiados cujas vidas estão suspensas enquanto aguardam à porta da Europa. Segundo a autora, em declarações à TSF, a ideia surgiu após o seu trabalho de voluntariado em Chios, Grécia. Foi a sua amiga, também escritora, Helena Correia que a incentivou em tornar notas sobre essa experiência num livro.



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Romance editado pela Porto Editora em 2018.
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O presidente do júri comentou que "os tormentos experienciados em campos de refugiados, particularmente no campo da ilha de Chios, desenham o contexto em que Julieta Monginho situa a problemática deste drama contemporâneo". A partir das suas experiências "a autora vai traçando retratos de mulheres mergulhadas num universo de dor e luto, mas também de esperança. Um livro que, sob a forma de um olhar simultaneamente afectuoso e triste, nos revela a face de uma humanidade perdida de si mesma".



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A escritora é natural de Lisboa e nasceu em 1958. Atualmente, exerce funções como magistrada do Ministério Público na jurisdição de famílias e crianças.
Fonte da imagem.



Em anos anteriores, Julieta Monginho recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores. Já foi finalista do Prémio Fernando Namora, do Prémio Correntes d'Escritas e do P.E.N Clube.



A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, o seguinte livro:

MONGINHO, Julieta- A Terceira Mãe. Lisboa: Porto Editora. 2019. 231 p.
EMP 82(469)-31 MON/ter




Fontes:

Julieta Monginho vence Prémio Literário Fernando Namora: "Há quem diga que o livro estava dentro de mim". Disponível em: https://www.tsf.pt/portugal/cultura/escritora-julieta-monginho-venceu-por-unanimidade-o-premio-literario-fernando-namora-11411726.html. Acedido a 18 de outubro de 2019;

Romance sobre crise de refugiados valeu a Julieta Monginho o Prémio Fernando Namora. Disponível em: https://www.publico.pt/2019/10/16/culturaipsilon/noticia/escritora-julieta-monginho-vence-unanimidade-premio-literario-fernando-namora-1890226. Acedido a 18 de outubro de 2019.

Estoril Sol lança 22.ª edição do Prémio Fernando Namora para eleger o melhor romance publicado em 2018. Disponível em: https://descla.pt/?p=114669. Acedido a 18 de outubro 2019.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

The Booker Prize de 2019 foi atribuído a duas escritoras

The Testaments, a sequela d' A História de Uma Serva, de Margaret Atwood, e Girl, Women, Other, de Bernardine Evaristo, foram os livros vencedores do Booker Prize de 2019.

Pela primeira vez, em 30 anos, dois escritores partilham o pódio do Booker Prize. Este feito já acontecera em 1974 (Nadine Gordimer e Stanley Middleton) e em 1992 (Michael Ondaatje e Barry Unsworth). Em 1993, implementaram a regra que consistia na atribuição do prémio a apenas uma pessoa, não podendo ser dividido ou retido.

Apesar disso, este ano, os jurados decidiram não seguir as regras. O presidente do júri, Peter Florence, disse: "Tentámos votar, [mas] isso não funcionou. É uma metáfora dos nossos tempos". A discussão dos jurados durou mais de 5 horas. Embora a diretora do prémio literário, Gaby Wood, tenha dito repetidamente que o prémio não poderia ser dividido, o júri não conseguiu chegar a um consenso. Florence acrescentou que o júri não queria abrir mão de nenhum dois livros e, por isso, decidiram quebrar a regra criada depois de 1992. O presidente vê esta decisão como uma "forma de mudar o jogo". Ainda assim, Gaby Wood já confirmou que não irão mudar as regras e que a permissão da decisão dos jurados foi uma opção generosa por parte dos responsáveis pelo prémio.


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As capas dos livros vencedores do Booker Prize de 2019.
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A escritora canadiana Margaret Atwood, de 79 anos, é a vencedora mais velha desde a criação do prémio. Na cerimónia, a autora expressou a sua felicidade por poder partilhar este prémio com mais uma escritora. Para ela, seria uma vergonha, como pessoa mais velha, tirar esta oportunidade a alguém que poderia ainda estar a dar os primeiros passos da sua carreira. Aproveita para elogiar Bernardine Evaristo, dizendo que a autora britânica mostra que outras escritoras negras podem ver que é possível ganhar este prémio.

A decisão do júri não foi bem recebida por todos. Muitos acham que o novo livro de Atwood é mais fraco do que o livro de Evaristo e que a escritora britânica deveria ter sido a única vencedora. Foram mais longe e indicaram como não deixaram uma mulher negra receber um prémio a solo e que o estatuto de Atwood poderia "abafar" o sucesso de Evaristo.

Evaristo, no entanto, não pensa assim. Está muito contente por ter recebido o prémio e de poder partilhá-lo com alguém como Atwood. A escritora de 60 anos não pensa no ato da partilha, mas sim na sua presença na longa lista dos vencedores deste galardão. Também acha que, desta forma, o seu livro receberá mais atenção e chegará a outras partes do mundo.

Ambas as escritoras realçaram o facto de Evaristo ter sido a primeira mulher negra a receber o prémio e como isso é um marco importante que servirá como inspiração para outras escritoras negras. Evaristo, numa entrevista a uma rádio britânica, afirma que "há muitos prémios que pessoas de certas comunidades não ganham. Certamente, pessoas negras não ganham muitos prémios literários. Parece que ninguém repara nisso, mas é verdade".

De facto, no caso do Booker Prize, apenas 4 mulheres negras já fizeram parte das listas de finalistas. Assim, Evaristo espera que a sua vitória marque uma mudança interna do Booker Prize. Relembrou que, este ano, o jurado era composto por quatro mulheres e um homem.



Margaret Atwood (left) and Bernardine Evaristo
Esta fotografia, provavelmente, marca o momento em que as vencedoras dirigiram-se para o palco juntas.
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Segundo os jurados, The Testaments vai além da história única contada no primeiro livro, a história de Offred, uma vez que a sequela narra as perspetivas de Tia Lydia e de duas adolescentes. "É lindo na sua profundidade e exploração do mundo de Gilead". Destacam que, anteriormente, A História de Uma Serva era visto apenas como uma história de ficção científica, mas, tendo em conta o panorama atual, estes livros são mais politicamente urgentes do que antes. Publicado em setembro, The Testaments vendeu mais de 100.000 exemplares no Reino Unido na primeira semana de vendas, sendo o livro de capa dura mais vendido nos últimos quatro anos.

Quanto ao romance Girl, Woman, Other, que explora as vidas de 12 pessoas, principalmente de mulheres britânicas negras, Peter Florence disse que há "algo totalmente mágico" quanto às personagens e que "há histórias de pessoas que não têm sido visivelmente representadas na literatura contemporânea e, assim, o livro é inovador". Espera-se que a indústria editorial sinta-se inspirada e encorajada a publicar livros mais diversificados depois desta vitória.

O prémio monetário será, portanto, de 25.000 libras para cada autora e Margaret Atwood já indicou que o seu montante será doado à Indspire, uma associação de caridade nativa-canadiana, para que seja criada uma bolsa de estudos para estudantes indígenas do Canadá.

Evaristo também apoia muitas causas. Na realidade, co-criou, em 1982, o Theatre of Black Women. Também criou Spread the Word, uma agência de desenvolvimento para escritores, o Complete Works, um esquema de mentores para poetas não brancos, e o Brunel International African Poetry Prize. Em 2009, tornou-se membro da Ordem do Império Britânico pelos seus serviços à literatura.


As duas vencedoras momentos antes da conferência de imprensa.
Fonte da imagem.


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, os seguintes livros:
  • ATWOOD, Margaret- A impostora. Lisboa: Edições Livros do Brasil. 1995. 443 p.
    EMP 82(71)-31 ATW/imp;

  • ATWOOD, Margaret- O assassino cego. Lisboa: Ed. Livros do Brasil. 2001. 645 p.
    EMP 82(71)-31 ATW/ass (número de cópia: E05950);

  • ATWOOD, Margaret- O assassino cego. Lisboa: Livros do Brasil. 2001. 645 p.
    EMP 82(71)-31 ATW/ass (número de cópia: PDE41939);

  • ATWOOD, Margaret- The Handmaid's Tale. Boston: Houghton Mifflin Company. 1986. 311p.
    NC 5805 RES;

  • ATWOOD, Margaret- A odisseia de Penélope. Lisboa: Editorial Teorema. 2006. 202 p.
    EMP 82(71)-34 ATW/odi.


Fontes:


Flood, Alison. Margaret Atwood and Bernardine Evaristo share Booker Prize 2019. Acedido a 15 de outubro de 2019, em:  https://www.theguardian.com/books/2019/oct/14/booker-prize-judges-break-the-rules-and-insist-on-joint-winners;

Jordan, Justine, Book judges try to have it both ways. Acedido a 15 de outubro de 2019, em: https://www.theguardian.com/books/2019/oct/14/booker-judges-split-between-huge-event-novel-and-obscure-choice;

Margaret Atwood and Bernardine Evaristo share award. Disponível em: https://www.bbc.com/news/entertainment-arts-50014906. Acedido a 15 de outubro de 2019.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

The Booker Prize: O que é?

Anteriormente conhecido como Man Booker Prize, o Book Prizer consiste em dois tipos de prémios literários: o Booker Prize Internacional, que é atribuído a um escritor cuja língua materna não é o inglês e ao seu tradutor para a língua inglesa, e o Booker Prize para Ficção, para escritores de língua inglesa cujos livros foram publicados no Reino Unido ou na Irlanda.

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Logótipo do Booker Prize de 2019.
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A alteração do nome deve-se à mudança de empresas que financiam os prémios. Durante 18 anos, o Man Group patrocinou, com sucesso e de forma generosa, os dois galardões. No dia 1 de junho de 2019, Crankstart, a fundação de caridade de Sir Michael Moritz e da sua mulher, Harriet Heyma, deu início ao seu apoio à fundação The Booker Prize.

A escolha dos vencedores do Booker Prize para Ficção é feita por um painel de 5 jurados (que são sempre diferentes todos os anos), que podem ser críticos literários, escritores, professores universitários, políticos ou atores. Esse painel é apontado pela própria Fundação e é escolhido conforme os conselhos do comité consultivo da Fundação The Booker Prize . Os jurados devem ler as obras submetidas e, a partir daí, devem formar uma lista de doze ou treze livros, que depois diminuirá para seis livros. A partir desses seis, escolhem o vencedor, cujo livro é visto como o melhor na categoria de obras longas de ficção. Para ser elegível, o livro deve ter sido publicado entre o dia 1 de outubro do ano anterior e o dia 30 de setembro do ano da entrega do prémio e as obras devem ser submetidas entre dezembro e março. 


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Os jurados de 2019.
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Em termos monetários, o vencedor recebe 50.000£ (quase 56.900€) e, tal como os finalistas, recebe, ainda, um cheque de 2.500£ (quase 2.850€) e um exemplar encadernado do seu livro. O prémio garante, também, sucesso internacional.

O Booker Prize Internacional de 2019 foi atribuído a Jokha Alharthi, pelo seu romance Celestial Bodies, no dia 21 de maio. Foi traduzido por Marilyn Booth e narra a a história de três irmãs que vivem na aldeia omanense de al-Awafi. Uma delas, Mayya, casa-se com um pretendente rico depois de um desgosto de amor. Uma outra irmã, Asma, casa-se por dever. Já Khawla espera por um homem que emigrou para o Canadá. O prémio foi, pela primeira vez, dado a um livro escrito em árabe. No caso deste galardão, o prémio de 50.000£ é dividido entre o escritor e o tradutor.

Milkman, de Anna Burns, foi o romance que ganhou o Man Booker Prize para Ficção de 2018. Pela primeira vez, um escritor da Irlanda do Norte recebeu este prémio. O livro foi recentemente publicado pela Porto Editora e conta uma história que se passa durante os conflitos entre as duas Irlandas, focando-se na perspetiva de uma jovem de 18 anos que é perseguida por um milkman (leiteiro), um homem mais velho que faz parte de uma operação paramilitar. Retrata temas como o assédio sexual e a brutalidade.


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A vencedora de 2018 na cerimónia da entrega do prémio.
Fonte da imagem.

O vencedor do Booker Prize para Ficção de 2019 será anunciado hoje, dia 14 de outubro, entre as 20h30m e 21h30m (fuso horário açoriano). Os finalistas são Margaret Atwood (The Testaments), Salman Rushdie (Quichotte), Lucy Ellman (Ducks, Newburyport), Bernardine Evaristo (Girl, Woman, Other), Chigozie Obioma (An Orchestra of Minorities) e Elif Shafak (10 Minutes 38 Seconds in This Strange World). Esta edição marca os 50 anos de existência do Booker Prize.




Fontes:


FAQs. Disponível em: <https://thebookerprizes.com/faq>. Acedido a 14 de outubro de 2019;

Entering the Awards. Disponível em: <http://manbooker.15.dev.fourplc.com/submissions>. Acedido a 14 de outubro de 2019;

The Booker Prize. Disponível em: <https://thebookerprizes.com/fiction>. Acedido a 14 de outubro de 2019;

Cipriano, Rita. Sequela de Handmaid's Tale, de Margaret Atwood, finalista do Man Booker Prize. 2019. Acedido a 14 de outubro de 2019, em: https://observador.pt/2019/09/04/sequela-de-handmaids-tale-de-margaret-atwood-finalista-do-man-booker-prize/;

Cipriano, Rita. Jokha Alharthi, do Sultanato de Omã, vence Man Booker Prize International. 2019. Acedido a 14 de outubro de 2019, em: https://observador.pt/2019/05/21/jokha-alharthi-do-sultanato-de-oma-vence-man-booker-prize-international/;

Cipriano, Rita. Anna Burns é a primeira escritora da Irlanda do Norte a vencer o Man Booker Prize. 2018. Acedido a 14 de outubro de 2019, em: https://observador.pt/2018/10/16/anna-burns-vence-man-booker-prize-2018/.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Peter Handke: Prémio Nobel da Literatura de 2019

O dramaturgo austríaco Peter Handke é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura de 2019. Nasceu em 1942, em Griffen, no sul da Áustria, e a sua mãe, Maria, pertencia à minoria eslovena. O seu pai era um soldado alemão que só conheceu em idade adulta. Cresceu com o novo marido da mãe, Bruno Handke. Em 1961, estudou Direito na Universidade de Gratz, mas, anos depois, quando publicou o seu primeiro romance, Die Hornissenm, em 1966, abandonou os estudos. É um livro experimental de "dupla ficção" onde a personagem principal recolhe fragmentos de um outro romance, que o leitor não conhece.


Ilustração oficial do Prémio Nobel da Literatura. Artista: Nilkas Elmehed.
Fonte da imagem.

Com este romance e com a peça de teatro Offending the Audience, publicado em 1969, Handke prova que ainda tem mais para mostrar no mundo literário. Nesta peça, os atores devem insultar o público por simplesmente ter ido assistir a peça.

É um autor que fez questão de se distanciar dos pedidos predominantes em posições políticas e orientadas para a comunidade. Encontra, então, inspiração no movimento do Nouveau Roman na literatura francesa.

Mais de 50 anos depois, após a publicação de muitos livros de vários géneros, estabeleceu-se como um dos escritores mais influentes na Europa depois da Segunda Guerra Mundial. Publicou romances, ensaios, peças de teatro, etc, que se baseiam muito na necessidade de descobrir e de realizar novas descobertas. A sua obra apresenta um forte espírito de aventura, mas também uma inclinação nostálgica.


Em Portugal, vários livros seus já foram publicados, tais como Os Belos Dias de Aranjuez- Um Diálogo de Verão, A Mulher Canhota e Uma Breve Carta para Um Longo Adeus.


Bertrand.pt - Os Belos Dias de Aranjuez
Este livro foi publicado em Portugal em 2014.
Fonte da imagem.


Momentos depois de o mundo saber que Peter Handke é o laureado de 2019, várias pessoas, nas redes sociais, criticaram a Academia Sueca por dar o prémio a um escritor que apoiou Slobodan Milošević, presidente sérvio que foi acusado de crimes de guerra contra a Humanidade. Handke não só esteve presente no funeral do presidente, como também ainda discursou. Foi por isso que lhe foi retirado o prémio literário Heinrich Heine.


O comité sueco atribuiu o Nobel a Peter Handke por ter "uma obra influente que, com engenho linguístico, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana".


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, os seguintes títulos:




  • HANDKE, Peter- Uma breve carta para um longo adeus. Lisboa: Difusão Editoral, 1972. 130p.
    EMP 82(436)-31 HAN/bre;

  • HANDKE, Peter- Poema à duração. Lisboa: Assírio & Alvim, 2002. 85 p.
    EMP 82(436)-1 HAN/poe;

  • HANDKE, Peter- A angústia do guarda-redes antes do penalty. Lisboa: Relógio d’Água, D.L., 1987. 100 p.
    EMP 82(436)-31 HAN/ang. 





Fontes:

Biobibliographical Notes. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Thu. 10 Oct 2019. <https://www.nobelprize.org/prizes/literature/2019/bio-bibliography/>;

QUEIRÓS, Luís Miguel. Olga Tokarczuk e Peter Handke são os dois novos Nobel da Literatura. 2019. Acedido a 10 de outubro de 2019, em: https://www.publico.pt/2019/10/10/culturaipsilon/noticia/dois-nobeis-1889460.

Olga Tokarczuk: Prémio Nobel da Literatura de 2018

A escritora polaca Olga Tokarczuk é a vencedora do Prémio Nobel de Literatura de 2018 e a 15.ª mulher a receber este galardão. Nasceu em Sulechów e, atualmente, vive em Wroclaw. A literatura esteve sempre presente na sua vida, até porque os seus pais eram professores e o pai também trabalhava na biblioteca escolar. Estudou Psicologia na Universidade de Varsóvia e, depois, em 1993, estreou-se como escritora de ficção ao publicar The Journey of the Book-People. Graças a esse livro, a autora recebeu o Polish Publisher's Prize na categoria de melhor estreia de 1993-1994.


Ilustração oficial do Prémio Nobel. Artista: Niklas Elmehed.
Fonte da imagem.


Foi com o terceiro romance, Primeval and Other Times, que Tokarczuk estabeleceu a sua presença no panorama literário. A ação passa-se em 1914 e aborda a História polaca do século XX. Através da narrativa, tal como aconteceu neste livro, a escritora pretende chegar a um entendimento com a imagem nacional do passado. Mostra, ainda, um grande talento em termos de imaginação e de sofisticação artística. 

Viagens é um dos livros da polaca que já foi publicado em Portugal, pela Cavalo de Ferro, chancela da 2020 Editora. Nele, a autora incluiu mapas antigos e desenhos que fazem lembrar uma enciclopédia vasta, mostrando um mundo em constante viagem. É um livro com fragmentos narrativos e de prosa ensaística que exploram os temas do movimento físico, da mortalidade e do sentido de lar. É feito, também, um cruzamento de histórias de várias personagens, como o anatomista holandês do século XVII Philip Verheyen, que descobriu o tendão de Aquiles, e a emigrante polaca que volta ao seu país para envenenar um amor antigo de liceu, que se encontra doente em fase terminal.



Bertrand.pt - Viagens
Capa portuguesa do livro Viagens.
Fonte da imagem.


Na próxima segunda-feira, a Cavalo de Ferro irá publicar um outro romance da nova laureada do Prémio Nobel da Literatura, Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos. A equipa desta chancela já está a preparar-se para produzir mais examplares e incluir neles uma faixa relacionada com o Prémio Nobel. Este romance é como uma paródia ao género policial e foca-se numa professora reformada que aprecia astrologia e é fanática por animais. Considerada louca pelos habitantes locais, ela luta contra os homens dedicados à caça. É uma história ambivalente que promete fazer o leitor pensar muito sobre a natureza e a loucura.



Bertrand.pt - Conduz o Teu Arado sobre os Ossos dos Mortos
O livro será lançado no próximo dia 14 de outubro.



A Academia Sueca decidiu atribuir este galardão a Olga Tokarczuk devido "à sua imaginação narrativa que, com uma paixão enciclopédica, representa o cruzamento de fronteiras como uma forma de vida".


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, o seguinte livro:



TOKARCZUK, Olga- Viagens. Amadora: Cavalo de Ferro, 2019. 343 p.
EMP 82(438) TOK/via.




Fontes:

The Nobel Prize in Literature 2018. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. 10 de outubro de 2019. <https://www.nobelprize.org/prizes/literature/2018/summary/>;

QUEIRÓS, Luís Miguel. Olga Tokarczuk e Peter Handke são os dois novos Nobel da Literatura. 2019. Acedido a 10 de outubro de 2019, em: https://www.publico.pt/2019/10/10/culturaipsilon/noticia/dois-nobeis-1889460.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Prémio Nobel da Literatura: como escolhem o vencedor?

Os Prémios Nobel foram criados segundo a vontade de Alfred Nobel, um químico e inventor sueco. No seu testamento, Nobel indicou que toda a sua riqueza seria usada para atribuir prémios aos que melhor contribuíram para a humanidade nas seguintes áreas: medicina, química, física, literatura e paz. Nobel não só estudou química e tecnologia, como também escreveu poesia e teatro. Era, ainda, um homem interessado nas relações políticas e sociais. Foi por isso que escolheu estas cinco áreas como aquelas que deveriam ser distinguidas anualmente.


Amanhã, irão anunciar os nomes dos vencedores do Prémio Nobel de Literatura de 2018 e 2019. Vai ser um dia muito especial para os futuros detentores deste grande título. No entanto, como escolhem os laureados?



Na Fundação José Saramago, é possível ver a medalha que o autor recebeu.
Fotografia de Daniela Sampaio.


Primeiro, é importante saber quem deve submeter o nome do potencial vencedor e como deve fazê-lo. O comité do Prémio Nobel da Literatura envia cartas a pessoas qualificadas da área para que possam sugerir nomes. Essas pessoas devem ser:


  • Membros da Academia Sueca e de outras academias, instituições e sociedades que são semelhantes à primeira na sua estrutura e no seu propósito;

  • Professores de literatura e de linguística de universidades;

  • Laureados anteriores do Prémio Nobel da Literatura;

  • Presidentes de sociedades de autores que são representativas de produção literária nos seus respetivos países.



Também há pessoas que, mesmo não tendo recebido a carta do comité, podem nomear autores. No entanto, ninguém pode submeter o seu próprio nome.


Segundo, é interessante conhecer a cronologia deste processo que, na realidade, é um pouco moroso. Baseia-se em 8 passos:


  1.  Em setembro, as cartas para aqueles que podem nomear pessoas são enviadas;

  2. O prazo da nomeação termina a 31 de janeiro do próximo ano. Depois dessa data, o comité irá estudar as nomeações recebidas para, depois, submeter uma lista, que deverá ser aprovada pela Academia;

  3. Abril marca a fase dos candidatos preliminares, ou seja, depois de muitos estudos, o comité deverá selecionar 15 a 20 nomes para consideração;

  4. Em maio, já terão os candidatos finais, que se resume a uma lista de 5 potenciais laureados que deverão ser considerados pela Academia;

  5. Desde junho até agosto, os membros da Academia irão ler e avaliar as obras dos candidatos finais e o comité do Nobel irá preparar relatórios individuais;

  6. Em setembro, depois de terem lido as obras dos candidatos, os elementos da Academia discutirão os méritos da contribuição de cada candidato;

  7. Em outubro, a Academia divulgará o nome do vencedor;

  8. Finalmente, no dia 10 de dezembro, na cerimónia da entrega dos Prémios Nobel, em Estocolmo, o vencedor irá receber uma medalha, um diploma e um documento que refere o dinheiro a ser recebido.


Nobel - Diploma
Exemplo de diploma. Cada diploma é como uma obra de arte única, sendo escrita à mão. Podem não perceber a língua, mas, no caso deste diploma de Bob Dylan, dá para notar uma citação, que é a explicação da atribuição do prémio a esta pessoa. Fonte da imagem.




Todos os anos, muitas pessoas são nomeadas para o Prémio Nobel da Literatura. Aliás, desde 1901 até 1966, já foram nomeadas 3104 pessoas. Os responsáveis pelos Prémios Nobel só mostram dados que vão até 1966, pois os nomeados só podem ser conhecidos pelo público 50 anos depois.


O que irá acontecer amanhã? Entre as 10h e as 11h (horário açoriano), um elemento da Academia irá, primeiro, contactar, por telefone, os vencedores de 2018 e 2019. De seguida, na Academia, irá haver uma sessão que servirá apenas para divulgar os nomes e as explicações das escolhas do comité. Ao longo do dia, a Academia irá , provavelmente, publicar fotografias dos autores e palavras que os laureados disseram depois de saberem que ganharam o prémio. Tudo isto pode ser acompanho através das redes sociais do Prémio Nobel, como o Twitter e o Facebook.



Göran K. Hansson, o secretário-geral, a ligar para os vencedores do Prémio Nobel da Química de 2019.
Fonte da imagem.


Fontes:


Nomination and selection of Literature Laureates. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. 9 de outubro de 2019. <https://www.nobelprize.org/nomination/literature/>;

Alfred Nobel’s life. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Wed. 9 Oct 2019. <https://www.nobelprize.org/alfred-nobel/biographical-information/>;

Alfred Nobel’s will. NobelPrize.org. Nobel Media AB 2019. Wed. 9 Oct 2019. <https://www.nobelprize.org/alfred-nobel/alfred-nobels-will/>.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Prémio Literário José Saramago de 2019

O Prémio Literário José Saramago foi criado, em 1999, pela Fundação Círculo de Leitores como forma de celebrar a atribuição do Prémio Nobel de Literatura de 1998 a José Saramago.

Este prémio bienal (cujo valor pecuniário é de 25.000 euros) é entregue a um jovem escritor (com menos de 35 anos na altura da publicação do livro) do mundo da lusofonia que tenha publicado uma obra de ficção (romance ou novela).



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José Saramago a receber o Prémio Nobel da Literatura, em 1998.
Fonte da imagem.


Na edição deste ano, o prémio foi entregue hoje, dia 8 de outubro (precisamente no dia em que José Saramago soube que iria receber o Nobel, há 21 anos), e o nome do vencedor foi anunciado pelas 12h, na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago. 

O júri é formado por Guilhermina Gomes (presidente do júri e diretora editorial do Círculo de Leitores), Ana Paula Tavares (historiadora e poeta angolana), António Mega Ferreira (escritor e jornalista português), Nelida Piñon (escritora brasileira) e Pilar del Río (presidente da Fundação José Saramago). O júri tem, ainda, um comité executivo, composto por Manuel Frias Martins, Nazaré Gomes dos Santos e Paula Cristina Costa. Estes três elementos devem confirmar a regularidade formal das candidaturas, efetuar uma primeira leitura e um resumo de cada um dos livros concorrentes e elaborar um comentário sobre cada uma das obras. Se houver um empate no momento dos votos, a Presidente do júri é quem deve desempatar.

Em 2017, o romance do escritor brasileiro Júlian Fuks, A Resistência, foi o romance distinguido por este prémio. Bruno Vieira Amaral (As Primeiras Coisas), Ondjaki (Os Transparentes), Andréa del Fuego (Os Malaquias), João Tordo (As Três Vidas), Valter Hugo Mãe (O Remorso de Baltazar Serapião) são alguns autores de renome que já receberam este prémio.

Este ano, o vencedor é Afonso Reis Cabral, o autor de Pão de Açúcar



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O escritor de 29 anos recebeu o Prémio José Saramago graças ao seu romance Pão de Açúcar.
Fonte da imagem.


Pão de Açúcar é um romance baseado no caso verídico de Gisberta Salce Júnior, uma mulher transexual brasileira de 45 anos que foi violada e assassinada por um grupo de rapazes de uma instituição de acolhimento de menores. O seu corpo foi encontrado num andar de um prédio no Porto, conhecido como Pão de Açúcar.

Segundo Ana Paula Tavares, o livro mais recente de Afonso Reis Cabral "lida com o espesso e confuso mundo da memória e retira do esquecimento acontecimentos que os jornais e os relatórios da polícia tinham tratado de forma redutora e parcial com silêncios e omissões que o autor se propõe aqui revelar."

Manuel Frias Martins comenta que este romance "é de uma parcimónia exemplar no que respeita à linguagem e à imagística, sobretudo face à dramaticidade comovente dos envolvimentos humanos da sua estória. Há uma frescura estilística notável que acaba por equilibrar o próprio potencial trágico da obra, gerando no leitor aquele interesse ou aquele querer saber que nos prende irremediavelmente ao texto que vamos lendo".



A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada tem, para empréstimo, os seguintes livros:


  • CABRAL, Afonso Reis - O meu Irmão. Alfragide: LeYa, 2014. 365 p.EMP 82(469)-31 CAB/meu;
  • CABRAL, Afonso Reis Uma História de pássaros. Paço de Arcos: Expresso, 2018. 41, [2], 61 p.EMP 82(469)-34 CAB/his

Fontes:

Aberto período de candidatura ao Prémio Literário José Saramago. 2019. Disponível em: <https://www.josesaramago.org/aberto-periodo-de-candidatura-para-o-premio-literario-jose-saramago-2019/>. Acesso a: 2 de outubro de 2019;

Prémio Literário José Saramago celebra 20.º aniversário. 2019. Disponível em: <http://premioliterariojosesaramago.blogspot.com/2019/09/premio-literario-jose-saramago-celebra.html>. Acesso a: 2 de outubro de 2019;

Afonso Reis Cabral vence o Prémio Literário José Saramago de 2019. 2019. Disponível em: <https://www.josesaramago.org/afonso-reis-cabral-vence-o-premio-literario-jose-saramago-de-2019/>. Acesso a: 8 de outubro de 2019.

Bem-vindos

Este blogue foi criado por Daniela Sampaio no âmbito do estágio curricular de mestrado em Edição de Texto (FCSH-UNL) na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada (BPARPD).

Neste espaço, poderão, eventualmente, encontrar informações sobre a literatura açoriana. Também poderão saber um pouco mais sobre obras nacionais e internacionais. Serão publicados textos informativos sobre autores e as suas obras, notícias, opiniões de livros, entre outros tipos de artigos.

Sejam, então, bem-vindos a Um oceano de livros!



Sala de leitura da BPARPD.