quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Contos tradicionais açorianos, de Ângela Furtado-Brum

Contos tradicionais açorianos surgiu quando Ângela Furtado-Brum, enquanto reunia lendas, ouviu também as pessoas narrar contos. Ao mesmo tempo que recolhia lendas, também guardava os contos para, no momento certo, divulgá-los. E foi o que aconteceu em 2003.


Na Nota Introdutória, a autora explica o contexto dos contos e a sua importância em termos culturais e sociais. Os contos estavam presentes nos momentos de trabalho e até mesmo quando as pessoas simplesmente se reuniam. Estas pequenas narrativas (que não eram lidas, mas sim contadas) serviam como modelos de comportamentos e avisos dos perigos da vida. Para além de ensinarem, também eram uma boa forma de entretenimento.


Como realça a autora na introdução, os contos, ao contrário do que se pensa atualmente, não têm apenas como público-alvo as crianças. Eram narrados para crianças e adultos. Toda a gente ouvia estas histórias e sentia fascínio por elas. 



Fotografia de Daniela Sampaio.



Ângela Furtado-Brum relembra algumas vezes que, infelizmente, muitos contos caíram no esquecimento e que mudanças como o aparecimento da televisão e da Internet contribuíram para isso, na medida em que as pessoas começaram a encontrar outras formas de entretenimento. Apesar disso, conseguiu juntar algumas histórias. Embora não contribuam para o desenvolvimento económico do arquipélago, os contos são uma amostra da grande riqueza cultural do povo. Não devemos ter interesse apenas nos benefícios económicos. O património, a História e a cultura (neste caso, popular) são também fundamentais e contribuem para a valorização dos Açores. Aliás, os contos "tiveram um papel fulcral na formação intelectual, moral, estética dos ouvintes."


Em relação a outras obras sobre a tradição oral, a autora indica que estas pequenas narrativas podem ser semelhantes às do continente. Continuam a ser diferentes, uma vez que, ao chegarem cá, sofreram mudanças relacionadas com o tempo, a memória e a imaginação. Até há diferenças de ilha para ilha.

Acrescenta que alguns destes textos podem estar presentes em livros como Contos Tradicionais do Povo Português, de Teófilo Braga, e Na Memória das Gentes, de Dias de Melo.


Estas histórias foram recolhidas com a ajuda de pessoas conhecidas da autora, como familiares, amigos mais velhos e vizinhos. Também contou com a colaboração de alunos açorianos, que pediram ajuda aos pais, familiares e vizinhos mais velhos. A recolha começou em 1989 e terminou em 2003.



Esta história sobre a origem das andorinhas é um dos 91 contos presentes em Contos tradicionais açorianos:


Fotografia e edição de Daniela Sampaio.
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A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada não tem este livro para empréstimo. Contudo, poderá ser consultado na sala infantojuvenil da biblioteca:

  • BRUM, Ângela Furtado- Contos tradicionais açorianos. Ponta Delgada: João Azevedo. 2003. 194 p.
    JUV AÇORES 398.2 BRU/con

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